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Vida de Escritora | O que eu li enquanto escrevia "Algum tipo de amor"?


Muitos escritores que eu conheço dizem evitar ler livros do mesmo gênero quando estão escrevendo um livro, outros dizem que simplesmente evitam ler livros de qualquer tipo nesse período. O que eles diriam pra mim se eu contasse que não só leio quantos livros forem possíveis durante o meu processo de escrita, como também procuro por obras que se encaixem no gênero e no tipo de história que estou escrevendo?

Sei que é muito pessoal, a mente de cada um funciona de um jeito diferente, mas não consigo ficar sem ler. Algum tipo de amor demorou seis meses para ser finalizado e publicado, desde o início da ideia, escrita, reescrita, revisões e até lançá-lo na Amazon. Acho que eu ficaria doidinha se tivesse ficado todo esse tempo sem ler. É meu passatempo, mas também é meu trabalho. Faz parte de escrever. Ganho vocabulário, aprendo maneiras novas de narrar uma história, observo os erros e acertos de cada livro, vejo o que funciona pra mim e o que não, identifico pontos que eu senti falta de serem explorados em livros do mesmo nicho. Cresço como autora.

Meus amigos estranham quando digo que tô cansada de ficar no notebook, trabalhando, mas pego o Kindle e vou pra cama ler, mas eu sou assim.

Algum tipo de amor é sobre duas pessoas que vivem de música. Uma coisa que eu sentia uma falta absurda em livros de “rockstars” era justamente a presença da música na vida dos personagens, algo que me apresentasse o amor deles pela música. Afinal, uma carreira na música não acontece do nada, precisa de muito amor pra se fazer arte e eu nunca tinha lido um livro que chegasse perto disso.

Eu menciono, nos agradecimentos do livro, os sinais que me mostraram que eu estava no momento certo para escrever essa história.

Um deles foi o Junior Lima – sim, de Sandy & Junior! – iniciar o Collab, um projeto sobre criação de música e colaborações dentro disso, troca de informação, troca de experiências e que veio muito a calhar enquanto eu escrevia – mas isso é assunto pra outro post sobre ATDA, aguardem. Foi bem no finalzinho do meu trabalho com Algum tipo de amor, mas ele e o Julio, o DJ que assina o projeto junto com ele, costumavam ouvir muita música antes de se trancarem no estúdio.

E isso exemplifica muito o meu ponto aqui.

Primeiro, porque a música é a vida deles. Segundo, pelas referências.

E isso não significa que eles vão copiar um som que acabaram de ouvir. Só confirmou o óbvio, pra mim: quando você precisa criar algo, nada mais normal do que se cercar de tudo o que você achar que agregará conteúdo.

Vejam bem, não estou dizendo que a minha verdade é absoluta. Porque não é. Mas esse é o jeito que eu me sinto mais confortável para trabalhar.

E, como o post é sobre o que eu li enquanto escrevia o livro, logo mais teremos post sobre a playlist também, porque é óbvio que além de me cercar de tudo o que tinha romance, sentimentos bons, eu também ouvi e estudei muito sobre música.

Li muitos textos sobre relacionamentos na internet, coisa que não era tão frequente na minha vida literária e que se tornou parte importante do meu processo de escrita.

Eu tava praticamente o tempo todo no EOH (Entenda os homens), blog do lindo do Frederico Elboni. Na verdade, foi um texto do blog, não sei se especificamente do Fred e suspeito que não, que me deu uma luz sobre a trama envolvendo o Chuck. Ouvi muita música pela letra e não pelo arranjo, assisti a filmes que tinham música como um dos temas principais, mas foi mesmo com os livros que eu passei a maior parte do meu tempo livre / de descanso enquanto escrevia ATDA.

Foi uma quantidade significativa de livros que abordavam a música em meio ao romance, mas não o suficiente pra suprir a minha vontade desses livros. A verdade é que eu queria ter lido mais, mas tirando os de rockstar e, confesso, eu estava fugindo desses mais estereotipados, não existe uma classificação exata que identifique esses livros e se tornou quase impossível encontrar facilmente novas histórias que tivessem a ver com o que eu intendia.

Alguns livros foram lidos propositalmente, sabendo do que se tratavam mas surpreendentemente a maioria eu peguei e, por acaso, descobri que tinha música no meio.

Qual era a minha intenção lendo esses livros?

Pesquisa de escrita, gênero, de construção de personagem, de colocação da música no enredo, principalmente.

É o que eu faço quase o tempo todo enquanto leio.

Eu tô sempre lendo livros de autores nacionais, mesmo que ainda tenha pouco new adult que realmente se encaixe no gênero sendo produzido em terras brasileiras e, dentro disso, que eu goste, mas tentei equilibrar um pouco e li alguns livros que eu descobri que tinham algum tipo de relação com a música.

Esses livros foram lidos entre uma leitura e outra, já que eu não queria ficar sobrecarregada, mas foram 12 livros lidos com música no enredo e eu vou falar sobre a minha experiência com os que mais agregaram conteúdo, os que eu mais gostei.

Com tudo o que já foi dito aí em cima, eu achei importante destacar que não quero, de maneira alguma, diminuir esses livros, compará-los com o meu ou mesmo enaltecer quaisquer qualidades que o meu possa ou não ter. Cada autor vê a história que tem pra contar de um jeito diferente, pesa o que é mais importante e o que pode deixar de lado, assim como cada leitor recebe e percebe isso de uma maneira diferente.

Eu estava buscando visões diferentes como autora, mas não estava lendo esses livros apenas por estudo. A maioria já estava na minha TBR e eu só aproveitei o momento. A Letícia escritora não existiria sem a Letícia leitora. ;)

Então, enfim, vamos aos livros:

Aparentemente, tudo começou com 7 dias com você, da Aline Sant’Ana.

Eu já tinha lido a primeira versão da história no Wattpad, foi o meu primeiro contato com a escrita da Aline e é claro que depois de ler outras obras dela eu tinha uma expectativa grande de que a segunda edição me entregasse mais e me conquistasse como a primeira não fez. Nesse aspecto, a Aline criou uma ligação com os personagens que fez toda a diferença, eu gostei muito da história e, mesmo achando que talvez essa não seja a proposta desse livro em específico, apesar de ter "Rockstar" no nome da série, eu ainda senti falta do lado musicista dos meninos nessa história.

Não vou nem mencionar que 11 noites com você, mais conhecido como "o livro do Zane" foi mais satisfatório nesse sentido e que superou todas as minhas expectativas em relação à música e... Ops! <3

Acho que a Aline tem uma escrita ótima, trabalha muito bem os personagens e ainda espero ler muitos livros dela.

Eu já tinha lido outros livros da Camila Moreira e, indo contra todos os comentários elogiando, nada de sua autoria que tinha passado pelo meu Kindle havia me ganhado e feito com que eu dissesse: "Puts, que livro bom! Amei!".

Até Minha Melodia.

Então QUE. LIVRO.BOM!

Gostei dos personagens, a construção deles foi bem bacana, a trama, a ligação com a música - apesar de que podia ser um tiquinho mais explícito isso. É um livro adulto e Camila é conhecida pelos romances eróticos, então acho que nem preciso falar das cenas de sexo. Os personagens pareceram mais reais pra mim do que nos seus livros anteriores, mais maduros e eles falaram comigo. Me apaixonei pelo Dereck, depois senti muita raiva dele, entendi, apesar de não concordar de maneira alguma com o caminho que ele seguiu e suas escolhas, e depois me apaixonei de novo.

Faço aqui menção à As Batidas Perdidas do Coração. Se você gostou do livro da Bianca, é bem provável que vá gostar desse aqui e vice-versa.

Louca por você, primeiro livro da série After Dark, é provavelmente o único livro na minha estante que eu tenho em duas edições. A independente, que eu comprei diretamente com a autora láaaaaa em 2013 e a edição que todos conhecem pela Universo dos Livros. Então é claro que pegar Encantada por você, perceber toda a evolução na escrita da A. C. Meyer do primeiro ao último livro e ainda receber em troca muito dos bastidores da música foi maravilhoso e um ótimo encerramento pra série.

A música permeia em todos os livros anteriores, mas é nesse que está mais latente, tanto pelas composições próprias no meio do livro, quanto pela turnê do Alan com a The Band e a relação dele com a Livy nascendo dentro de todo esse mundo. Tanto o Encantada quanto o Fascinada por você, o antecessor da autora, são os mais pé no chão da série e os que me pareceram mais reais, os meus favoritos.

Night Shifts Black foi uma surpresa e tanto. Acho que foi o livro que mais chegou perto do que eu sempre quis ler num romance com temática musical. Os personagens têm uma ligação crescente, a gente vai vendo isso surgir e a música está ali o tempo todo. Isso muito provavelmente aconteceu porque além de escritora, a Alyson Santos também é musicista, então soou natural introduzir algumas palavras mais técnicas sem quebrar o ritmo intenso da história, da amizade construída entre os personagens e do plano de fundo conturbado do mocinho.

Infelizmente, não tenho o brilhantismo da narrativa honesta e fluída dessa mulher, mas eu me apaixonei completamente por NSB, me marcou e tocou lá no fundo da alma e é uma pena que eu nunca tenha visto ninguém aqui no Brasil lendo ou falando desse livro, porque ele é muito, MUITO bom!

Fica aqui a dica pra você que lê em inglês, curte new adult e uma linda história de amor e superação.

Nos acréscimos do segundo tempo, quando estava quaaaase finalizando a escrita de Algum tipo de amor, fui de releitura, porque sim!

Eu sou completamente apaixonada pelos new adults da Tammy Falkner e, com certeza, foi a simplicidade e, ainda assim, a riqueza que ela criou no mundo da série The Reed Brothers os responsáveis por me encantaram, me emocionaram e me tocaram demais.

Tatuagem, Toque e Tentação está entre os melhores livros que li, não por ter a melhor escrita ou trabalhar um tema surpreendente, mas por ter conseguido fazer uma história simples e clichê, realmente valer a pena.

Li pela primeira vez em 2013, em inglês, dessa vez aproveitei a edição em português e eu senti tudo acontecendo de novo. O livro me conquistou desde a primeira página sem nem saber o porquê, me prendeu por abordar a vida desses irmãos onde todos são seres humanos com muito pra contar, que são unidos e verdadeiramente amorosos uns com os outros e, além do romance, trazer esses temas familiares, doença e companheirismo. A música fica em segundo plano perto da grandeza dessa família, mas ainda assim ela tem uma importância muito significativa para a mocinha, a Kit. E o Logan? Ele é só amor.

Se você já leu um desses livros e gostou, talvez você também se interesse pelo meu!

Abaixo está a sinopse, o livro está disponível na Amazon e você pode clicar aqui para adquirir o seu e-book.

Lembrando que você não precisa do Kindle para ler os e-books da Amazon, basta ter instalado o app no dispositivo de sua preferência (celular, tablet ou PC). A Amazon agora também aceita pagamentos com cartão de débito, então agora não tem mais desculpas.

E se você ler, depois vem me contar o que você achou!

Sinopse: Makena Taylor está em ascensão. Com apenas 22 anos e cantando e compondo músicas agitadas que conversam diretamente com o público jovem feminino, ela nunca esteve tão em sintonia com sua mente, corpo, alma e arte.

Chuck Plith mantém os dois bem pés bem fincados no chão. Ele só quer fazer música, cantar sobre o amor e ser feliz. Se ele conseguisse ficar menos nervoso antes de cada show também seria bom.

A amizade entre os dois tinha tudo para ser improvável, mas aconteceu.

O amor pela música os uniu.

Mas e quando a forte conexão que existe ultrapassa a barreira do carinho e se transforma em algo mais para um dos dois? Quanto se pode carregar de culpa por não conseguir controlar as batidas do próprio coração?

Em Algum tipo de amor, novo romance new adult de Letícia Kartalian, vemos uma forte relação surgir entre versos e notas, entre medos e incertezas, entre a amizade e a paixão. É uma história sobre a música com amor e sobre o amor com música, mostrando que quando o coração encontra a sua harmonia perfeita... Já era.

Adquira na Amazon | Adicione no Skoob e no Goodreads | Ouça a playlist no Spotify

Menção honrosa:

Como se fosse magia, da Bianca Briones, não tem absolutamente nada a ver com música. Mas é sobre uma escritora, com bloqueio criativo. Mera coincidência?

Esse livro me puxou pra cima quando eu estava pra baixo, me fez voltar a escrever quando aquilo era tudo o que eu queria e simplesmente não conseguia. Reli algumas vezes? Reli algumas vezes. E é raro eu fazer releituras. Indico pra todo mundo. Principalmente se você escreve romance.

Esse post foi pensado na época do lançamento de Algum tipo de amor, mas eu não consegui tempo pra escrevê-lo do jeitinho que eu queria e acabei deixando pra lá. Porém, por ter sido no começo de junho que eu comecei a escrever a história da Makena e do Chuck, e muitas das minhas lembranças do Facebook apontam pros avanços que eu fiz durante a escrita.

Logo mais começo a falar do livro novo, Sete dias no paraíso, tanto aqui no blog quanto lá no meu grupo de leitores e com alguns posts escritos (ou começados) sobre Algum tipo de amor e que eu não tinha postado, sentia como se não tivesse finalizado um ciclo.

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Letícia Kartalian - foto 2021
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