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Sobre choro, impulsividade e dificuldade em pedir desculpas


Sou uma pessoa extremamente emotiva, mesmo que esconda isso da ‘melhor’ maneira que existe, – fechando-me para o resto do mundo, porque o meu jeito é esse – ao mesmo tempo em que demonstro isso da pior maneira possível – chorando na frente das pessoas, não porque quero, mas porque simplesmente não consigo evitar, porque quando sinto as lágrimas querendo descer, na verdade elas já estão escorrendo pelo meu rosto.

Muitas vezes, o choro é a única forma de demonstrar que eu estou sentindo. Muitas vezes, ele é apenas a prova de que o meu emocional é frágil.

Eu choro quando estou triste, choro quando estou irritada, choro quando as coisas não acontecem do meu jeito, choro quando me sinto pressionada, choro quando – numa simples conversa – meus nervos ficam à flor da pele por questionarem o que quero fazer com a minha vida.

Às vezes, no entanto, só o choro não é o suficiente.

Minha única arma são as palavras. Eu sou impulsiva. Não foram muitas as vezes em que disse o que não deveria, em que julguei as ações de outra pessoa e joguei isso na cara dela, mas eu fiz. E machucou. A pessoa e a mim.

Nunca levei um tapa na cara. Mas foi por muito pouco.

O problema – e não, eu não quero usar isso como justificativa – é que eu guardo muito, eu não exponho facilmente o que penso, sempre guardando o que quero dizer só pra mim. Então, quando estou de cabeça quente, com o sangue fervendo e no limite da minha paciência, eu explodo, digo tudo o que quero e o que não quero, sem pensar e sem medir minhas palavras, fazendo um estrago que poderia facilmente ter sido remediado se eu tivesse dito o que pensava antes, de uma forma calma e mais clara.

Então, depois que eu me acalmo, – geralmente ouvindo música e depois de ter chorado por um bom tempo, trancada em meu quarto – vem a culpa.

E junto com ela a dificuldade de pedir desculpas.

Acho que poderia contar nos dedos das mãos as vezes em que, durante os meus momentos críticos, eu pedi desculpa depois – ou ao menos retirei o que disse. Não por vergonha ou por achar que sou superior e que não devo pedir desculpas, – e sim, eu conheço gente que pensa dessa forma – mas simplesmente porque ‘desculpa’ é uma palavra difícil para mim. E eu não faço ideia do por que.

Se você me conhece, eu posso ter dito, alguma vez, ‘sorry’ ao invés de ‘desculpa’. E não foi porque eu amo a língua inglesa/americana.

Não sou perfeita e nem pretendo ser. Os meus defeitos são tão parte fundamental de mim quanto as minhas qualidades. Mas, se há uma coisa que eu quero muito melhorar é a capacidade de ser mais aberta com as pessoas que estão ao meu redor e de pedir desculpas. Isso me faz mais humana.

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