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Te vejo à noitinha


Você já está sentindo a minha falta?

Porque eu estou aqui, presa entre pilhas e pilhas de documentos e não consigo parar de pensar na sua boca. Nem no sabor do beijo que demos antes de eu sair, comigo presa em seus braços, ainda na cama, esparramados entre lençóis e travesseiros.

Sabia que acordar sentindo seu calor depois de uma noite inteira dormindo de conchinha nunca fica velho?

Ah, como eu adoro caminhar meus dedos pelo seu torso nu, acarinhar aquelas pintinhas tão lindas que você tem na cintura. É te sentindo que eu sei que você está seguro e que estou segura com você.

E sabe aquele sorriso que você deixa escapar todas as manhãs? Nunca pare de sorrir assim. Esse sorriso é o meu raio de sol até quando o céu resolve que não vai abrir e a chuva cai intensa do lado de fora da janela.

Quem diria que nós terminaríamos assim, não? Tão perto das crianças que achavam que andar de mãos dadas era namorar e tão distantes dos adolescentes que usavam o skate como um escudo para o resto do mundo e tinham certeza de que a vida os levaria a viver de artesanato.

Você é feliz com as escolhas que fizemos juntos, certo?

Se entregar ao amor cedo, dividir a conta do restaurante e do motel, morar junto durante a faculdade, ter um gato ao invés de um cachorro, usar camisinha ao invés de me entupir de hormônio do anticoncepcional, não casar.

Eu sei e você sabe: nenhum plano é eterno. E como nós, seres humanos, somos voláteis o suficiente para mudar de ideia num piscar de olhos, espero que sejamos tão sensatos agora quanto o éramos no início, que não nos percamos nos percalços da vida.

Ou, caso nos percamos, que encontremos sempre o caminho de volta um para o outro.

A vida não é perfeita, afinal. E nem é o amor.

Te vejo à noitinha, tá?

Não vou esquecer de pedir sua sobremesa preferida junto com o jantar.

Então, você pode deixar a louça para amanhã. Porque, depois de matar a fome, tudo o que vai sobrar é a vontade de ficar com você, de beijar sua boca e sentir o perfume em seus cabelos.

Ainda como se fosse a primeira vez. Sempre como se fosse a última vez.

Te vejo à noitinha.

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Escrito por Letícia Kartalian

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