- 24 de fev. de 2017

Resenha | A Lista de Sam, de A. J. Ventura

O que dizer de A Lista de Sam?

Eu estava numa ressaca literária ferrada e eu nem sabia o motivo dessa vez - já é a segunda no ano e esse tipo de coisa não é lá muito comum pra mim -, não queria ler nada dentre as milhões de possibilidades no meu Kindle, acabava empurrando a leitura até o final e nada me agradava. Já tinha lido os outros dois livros da A. J. Ventura, gosto muito da escrita dela e apesar de não curtir tanto chick-lit, as histórias dela são engraçadinhas sem errar na mão, existe alguma coisa que me atrai bastante ao invés de me afastar. Esse livro estava no meu Kindle fazia um tempinho, confesso que, apesar de já conhecer a autora, a capa me afastava, vi quando a Anna comentou da nova diagramação e que o livro estava gratuito nos últimos dois dias, abri a prévia da Amazon pra ver e acabei presa no momento em que o Victor descobre a lista. Não me arrependi nem um pouco de ter corrido pro Kindle pra ler essa história. Ela é longa, mas me prendeu a cada página.

No final, entendi o significado da capa, adorei esse elemento no livro como profissão da personagem principal, vejo com outros olhos depois de ter finalizado o livro (e acho até que ela ficou mais bonita assim, em tons de cinza no meu Kindle, do que a cores).

-Tudo bem, Victor?

-Sinceramente, não sei. - Ele disse com um tom muito sério que me assustou. Logo depois, vendo que eu olhava para ele sem responder, ele perguntou:

-É sério isso aqui? - Com surpresa, vi que ele apontava para a folha.

-Não sei o que é isso. - Disse com sinceridade.

Com muita calma, ele me entregou uma folha impressa que me fez desejar que o chão se abrisse e me engolisse.

Sam e Nina dividem um quarto no alojamento da faculdade. Jane e Victor são irmãos e também dividem um quarto no mesmo alojamento.

Sam (de Samara), nossa mocinha, acabou de terminar o relacionamento com um cara egoísta que nunca foi capaz de lhe mostrar os prazeres da carne e, ao confessar sobre o assunto com as melhores amigas, as doidas Nina e Jane criam uma lista com algumas sugestões do que Sam deveria fazer antes de terminar a faculdade e deixar a cidade. Sexualmente falando.

Quando Victor acidentalmente encontra a tal lista, nenhum dos dois conseguiu disfarçar que, enrustidamente, havia algum tipo de interesse.

O acordo? Ticar os itens da lista sem pensar muito sobre isso, aproveitar o momento, mas sem estarem presos a um relacionamento, apesar de serem exclusivos.

O desenrolar da história? Só lendo para saber e sentir tudo o que eu senti.

Eu amei demais os personagens, me identifiquei com a Sam, Nina e Jane em mais de um momento, a amizade delas me lembrou muito as minhas amizades e o tipo de pessoas que todo mundo deveria ter na vida...

Tenho medo de te machucar; não quero que você confunda as coisas; não quero estragar sua amizade com minha irmã; não quero que você pense que sou um canalha por te propor sexo sem compromisso.

O Victor. Ah, o Victor. O que eu mais gostei é que ele não era nem o homem completamente cafajeste que, num passe da mágica, se transformou num príncipe de conto de fadas, mas também não era todo perfeitinho esperando o amor de sua vida. Como eu costumo brincar que os mocinhos dos meus próprios livros são: perfeitamente imperfeito. Ele queria curtir a vida, ele não queria compromissos e tudo bem ser/pensar assim. Também foi interessante ver as coisas acontecendo, o sentimento mudando. Eu amei taaaaaaanto o Victor, podia aparecer um desse jeitinho na minha vida que eu juro que não ia me importar. A Sam é tímida, é inexperiente e, apesar disso, é frágil sem ser. Ela é forte. É durona, daquelas que não dão o braço a torcer nem mesmo quando estão sofrendo. Mas é doce, ao mesmo tempo. Meu tipo de mocinha preferido.

Nesse ponto sou como criança. Detesto ficar acordado sozinho. Se eu não durmo, ninguém dorme. Queria que ela acordasse logo. Queria mais.

Os personagens estão na faculdade, mas são muito maduros, todos eles. Mesmo o Ben, com aquele jeitão dele, não vi maldade. A autora retratou homens que a gente pode ver por aí, mesmo que os relacionamentos das duas outras meninas não tenham aparecido tanto, tudo me pareceu muito real, muito sensato, muito bem escrito e descrito. Em todos os sentidos. Se é que me entendem.

Jamais consegui entender, muito menos explicar a ele o que tinha tentado dizer, mas o nome dele foi o que saiu num grito quando tive meu primeiro e violentíssimo orgasmo. Aquilo era muito melhor que qualquer montanha russa. Era fantástico e eu levei muito tempo sentindo o corpo todo tremer e se contorcer antes de conseguir sequer respirar com tranquilidade.

A escrita da Anna Julia é fluida, senti uma grande evolução do primeiro para o segundo livro dela em mais de um aspecto. Qualidade e tamanho são os que mais se destacam. E esse terceiro seguiu isso, os personagens são cativantes e me pegaram de jeito, apesar de ter querido que as coisas se resolvessem antes, achar que conversas X e Y poderiam ter acontecido antes; quando elas aconteceram, senti que eram no momento certo e awn, só amor por esse livro. Espero ansiosa pelo próximo livro da autora, porque Anna, pode mandar mais que tá pouco. ;)